12/09/2025 – A Embratur e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) promoveram, nesta sexta-feira (12), em Brasília, o workshop Trilhas do Afroturismo. O objetivo foi criar um espaço qualificado para o diálogo sobre boas práticas e a consolidação da oferta turística afro-brasileira no mercado global.
A iniciativa reforçou o Afroturismo como um vetor para valorizar a diversidade cultural do país, impulsionar o empreendedorismo da população preta e projetar uma imagem do Brasil como destino plural, autêntico e inclusivo. Presidente da Embratur, Marcelo Freixo destaca que a iniciativa reforça o compromisso da Agência em prol da diversidade ao promover esse espaço de troca de experiências junto ao CAF.
“O Afroturismo se caracteriza por experiências que celebram a cultura, a história e as vivências da população preta, colocando em evidência o empreendedorismo afro. A Embratur tem compromisso com a pluralidade, com o combate ao racismo e com o empoderamento da população preta no Brasil. Este workshop é um momento importante para alinharmos as melhores estratégias para expandir esse segmento”, afirma Freixo.
Para Óscar Rueda, Diretor de Turismo da CAF, “o Afroturismo na realidade não é uma nova denominação nem uma modalidade de turismo a mais; é a riqueza da cultura afrodescendente transformada em produto turístico, com o objetivo de enriquecer o conhecimento e proporcionar ao visitante uma experiência nova e única, ou ainda um reencontro com sua própria cultura.
Programação
Coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Embratur e mediadora do painel, Tania Neres enfatizou a importância do encontro. “Este evento conclui um importante ciclo de trabalho construído em parceria com a CAF, consolidando propostas e fortalecendo a rede de empreendedores para que o Afroturismo brasileiro ganhe a escala e o reconhecimento que merece no mundo”, pontuou.
Bianca D’Aya, turismóloga, guia e fundadora da agência Me Leva Cerrado, compartilhou sua experiência. “O evento foi uma oportunidade para juntarmos os atores do turismo e falarmos sobre as boas práticas que precisamos exercitar no dia a dia”, pontuou. A palestrante apresentou o painel sobre Storytelling e Planejamento de Experiências Culturais Autênticas e Inclusivas.
Já a argentina, cofundadora do El Tambo Afro e diretora de afroturismo na Lunfarda Travel, Julia Cohen Ribeiro, abordou o tema com a apresentação de casos de boas práticas internacionais em afroturismo e estratégias de promoção e comercialização internacional desse segmento. Pesquisadora e cineasta dedicada à memória da diáspora africana, ela trouxe uma visão internacional sobre o resgate do legado africano a partir do turismo. “Minha apresentação teve como eixo nossa experiência promovendo o afroturismo num contexto que poderia se chamar adverso, num país que nega sua raiz africana e num momento político que não nos acompanha. Com isso analisamos casos que apoiando em práticas comunitárias, usaram a plataforma da indústria para criar novas possibilidades e alternativas”, detalhou a pesquisadora.
Dominga Natália Moreira dos Santos Rosa trouxe a perspectiva do turismo de base comunitária com a palestra “Vivências quilombolas: práticas Kalunga de Afroturismo”. Empresária, condutora de visitantes e atual Secretária de Turismo e Cultura de Cavalcante (GO), ela representa a força da gestão territorial e do empreendedorismo feminino no Quilombo Kalunga, o maior do Brasil.
Segundo Dominga, foi uma oportunidade de explicar o bem-sucedido modelo de governança turística local, detalhando como a comunidade se organiza. “Falamos um pouco sobre o povo Kalunga, como o trabalho de turismo é gerido em nossa comunidade e quem são os protagonistas desse desenvolvimento. Expliquei como funciona a organização, as reuniões e as tomadas de decisões, além de mostrar o resultado positivo que o turismo de base comunitária tem trazido para todos nós”, detalhou.
Fórum Brasileiro de Turismo Responsável
O workshop aconteceu no contexto do 1º Fórum Brasileiro de Turismo Responsável, que reúne, até 14 de setembro, vozes de comunidades tradicionais, empreendedores e especialistas para debater um novo futuro para a atividade turística no país.