Envolvente, instigante e divertidamente assustador. Entrar no Halloween Horror Nights 2025 pela primeira vez foi como atravessar um portal: tudo o que parecia distante nos trailers e anúncios ganhou corpo, cheiro de fumaça e sustos no volume máximo.
A 34ª edição, que teve início em 29 de agosto, seguirá até 2 de novembro no Universal Studios Florida, em Orlando, em noites selecionadas, das 18h às 2h, trazendo dez casas assombradas, quatro scare zones, duas experiências de rua e shows inéditos.
A convite da Universal e representando o MERCADO & EVENTOS, tive a oportunidade de “zerar o HHN”, passando por todas as casas, zonas de susto e experiências, além da montanha-russa Revenge of the Mummy e do jogo interativo Men in Black Alien Attack.
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Isso porque, embora o foco seja nas casas assombradas, o parque mantém atrações fixas que se conectam ao clima sombrio do Halloween. Entre elas estão a jornada em Harry Potter and the Escape from Gringotts, no Beco Diagonal — onde comensais da morte circulam livremente e posam para fotos — e o simulador Transformers: The Ride-3D, que coloca o visitante em uma batalha interdimensional entre Autobots e Decepticons para proteger o AllSpark e derrotar Megatron.
Neste texto, contarei minha experiência completa e avaliarei cada casa e zona de susto pela qual passei, usando os mesmos critérios para ser justa, serão eles:
- Nota da casa – uma avaliação da experiência geral;
- Gritômetro – intensidade de sustos;
- História original/Jogo/Filme – narrativa que a baseia e a ambienta
Mas, antes de chegarmos aí, vou explicar como funcionam os ingressos e como acessar o Halloween Horror Nights.
Ingresso
O Halloween Horror Nights é acessado por meio de bilhete dedicado, que varia em formato, vantagens e datas contempladas. O ingresso avulso garante entrada em um dia específico, permitindo visitar casas assombradas e zonas de susto, com preço inicial de US$ 82,99.
Para quem deseja aproveitar o evento em várias noites, há os Fear Passes, que incluem diferentes números de datas: o Rush of Fear Pass permite acesso a até 18 noites selecionadas (de 29/08 a 21/09); o Frequent Fear Pass, até 30 noites; o Frequent Fear Plus Pass, até 40; e o Ultimate Frequent Fear Pass dá acesso a todas as 45 noites do evento.
Já os pacotes com hospedagem combinam ingresso para o Halloween Horror Nights com estadia mínima de duas noites e acesso diário aos parques Universal Studios Florida, Islands of Adventure, Volcano Bay e Universal Epic Universe. Entre os benefícios adicionais estão descontos, entrada antecipada nos parques, estacionamento gratuito após a meia-noite e entrada exclusiva a uma das noites do evento
R.I.P. Tour
Além das opções tradicionais, existem experiências VIP como o R.I.P. Tour e o Private R.I.P. Tour, projetadas para grupos que desejam evitar filas e ter acesso exclusivo às casas assombradas e zonas de susto. O R.I.P. Tour inclui entrada antecipada no parque, excursão guiada pelo evento, acesso prioritário às casas assombradas, recepção com aperitivos e bar aberto durante o tour, estacionamento com manobrista e reservas de assento em determinados shows do evento.
Já o Private R.I.P. Tour oferece todos esses benefícios para um grupo exclusivo de até dez pessoas, com itinerário personalizado e experiência particular. É importante destacar que, para qualquer uma dessas experiências, é necessário possuir um ingresso separado para o Halloween Horror Nights na mesma data do tour.
Todos os ingressos estão sujeitos a disponibilidade e devem ser adquiridos com antecedência, principalmente para pacotes com hospedagem e tours VIP, já que datas populares e finais de semana têm alta demanda.
Grupo 33
E é no clima VIP que minha experiência começa. Já na entrada do Universal Studios Florida, um “mar de gente” se enfileirava para entrar no parque, com muita paciência, porque a segurança é levada a sério; além de escanear os ingressos, é preciso seguir o protocolo de revista de bolsas e detector de metais, o que pode levar alguns minutos.
Para mim e meu grupo, o processo foi idêntico no quesito segurança, mas muito mais rápido, visto que usamos uma entrada paralela e nosso grupo — jornalistas, influenciadores e equipe da Universal Destinations do Brasil — não totalizava 50 pessoas.
Em seguida, nos direcionamos ao prédio administrativo da Universal, próximo à entrada principal, de onde pegamos nossos crachás e encontramos nossa primeira guia, Maria, que nos levou por um caminho de bastidores até um dos galpões do parque, onde uma “festa de boas-vindas” nos esperava.
Fomos recebidos em grande estilo: comidas temáticas inspiradas nas casas principais do HHN, DJ, cenários para fotos, personagens circulando, merchandising dedicado e uma prévia em vídeo do que estava por vir. Em seguida, seguimos até o guia Spike, responsável não só por nos levar pelo parque, cortar filas e entrar nas casas pelos bastidores, mas também por contar a história de cada casa assombrada, compartilhar curiosidades, dar dicas e manter o grupo animado, com adrenalina a mil e a garganta pronta para gritar.
Antes mesmo de acessarmos o Halloween Horror Nights e me deparar com filas de mais de 110 minutos para entrar nas casas assombradas, já tinha percebido o valor do tour VIP e seus benefícios. Naqueles primeiros minutos, minha cabeça gritava: se meu ingresso fosse regular, eu precisaria voltar em múltiplas noites com uma “estratégia” de casas prioritárias para conhecer, porque, com esse volume de público, não dá para ver tudo em uma noite.
Viva o medo!
O Halloween Horror Nights é uma experiência voltada aos fãs de Halloween e do terror em suas várias formas — filmes, livros, jogos —, que buscam diversão no susto e no inesperado. E é justamente da produção de games, literatura e audiovisual que surge a inspiração para as casas assombradas deste ano: Jason Universe, Five Nights at Freddy’s, Terrifier, Fallout e WWE Presents: The Horrors of The Wyatt Sicks.
O parque também apresentou casas originais criadas para a edição deste ano, como Gálkn: Monsters of the North, Grave of Flesh, Dolls: Let’s Play Dead, Hatchet and Chains: Demon Bounty Hunters e El Artista: A Spanish Haunting.
Para complementar a experiência, as ruas do parque receberam zonas de susto, como The Origins of Horror, Masquerade: Dance with Death, The Cat Lady of Crooked Lane e Mutations: Toxic Twenties, cada uma com uma narrativa própria. E há ainda, os shows Nightmare Fuel: Circus of Decay – Nocturnal Circus e projeção no lago Haunt-O-Phonic: A Ghoulish Journey, ambos imperdíveis e de tirar o fôlego.
Gritômetro
Não importa o quão alta seja a expectativa: ela será superada. O Halloween Horror Nights era um sonho de infância e que se tornou na experiencia mais divertida que eu já tive na Universal. Para minha sorte, dividi esse momento com um grupo super animado, cheio de estreantes, assim como eu. Começamos nosso tour pelas casas assombradas com uma original: a Grave of Flesh.
Grave of Flesh
Inusitada e surpreendente. O que acontece com o corpo após a morte? Essa pergunta é a premissa da casa que tem como porta de entrada um cemitério, em que o único caminho disponível é entrar em um mausoléu. Aqui, você será enterrado e se deparará com semi-esqueletos e criaturas comedoras de carne, que parecem ter saído de um filme sci-fi/horror.
Junte escuridão, efeitos de luzes, fumaça, incensos com um caminho tortuoso e estreito a diversas saídas para as criaturas e veja na prática a receita ideal para muitos sustos, grito.
Confesso que abri a “temporada de gritos” em menos de dois minutos entrando na casa assobrada e sai dela com o coração super acelerado, valeu muito a pena e está entre as minhas favoritas.
Terrifier
Essa é uma casa inspirada nos três filmes homônimos, que têm Art, o Palhaço, como personagem central. A premissa é bem simples: ele gosta de matar de forma brutal, sem motivo aparente, apenas por diversão. As cenas são muito sangrentas e a violência é exagerada.
O filme dá medo? Não (pelo menos em mim), mas causa aversão ver tamanha impetuosidade de forma escrachada. Por isso, não é meu tipo de produção. No entanto, a casa assombrada foi uma surpresa. Ela traduz de forma divertida e fiel, mas com “bom senso e parcimônia”, a violência contra os corpos.
É gore, sim, mas em um nível suportável, e os jump scares são estrategicamente calculados para que você queira continuar percorrendo a casa ao mesmo tempo em que pensa em sair correndo. É uma casa contraditória, muito bonita do ponto de vista técnico pela riqueza de detalhes e horrenda diante de tantos corpos destroçados, vísceras expostas (até penduradas), corredores imundos, banheiros ensanguentados e cheiro de fezes. Aliás, até banho de sangue dá para tomar, tudo enquanto foge do Art, afinal, ele está — em muitos lugares — atrás de você.
Foi assustadoramente divertido e intenso, e, embora a casa seja incrível, não é meu estilo pessoal.
Five Nights at Freddy’s
Eu não sou fã dos jogos, mas assisti, com minha irmã de 12 anos, ao filme de Five Nights at Freddy’s, e por causa dela estava muito ansiosa por essa casa assombrada. Impecável cenograficamente. Minha vontade era ficar horas dentro dela, analisando cada detalhe, principalmente os animatrônicos.
De fato, me senti dentro dos jogos e filmes. No entanto, não foi a casa que mais me assustou, talvez por ter ficado tão perplexa com a qualidade artística em transportar para o mundo real o universo do vilão-chefe Freddy Fazbear, disponível até então somente nos jogos e no cinema.
Fiquei positivamente impactada com a ambientação: a pizzaria em escala real, o carpete gasto, os animatrônicos que congelam de repente, e o timing dos sustos foram além do que eu esperava.
The Horrors of The Wyatt Sicks (WWE)
Confesso que desconhecia a The Wyatt Sicks, uma facção de luta livre profissional da World Wrestling Entertainment (WWE) — que em português significa Entretenimento Mundial de Luta Livre —, a qual tematiza a quarta casa que visitei no Halloween Horror Nights.
Formada como homenagem ao legado de Bray Wyatt, lutador profissional da WWE, a facção é liderada por Uncle Howdy (Bo Dallas) e composta por membros que representam os personagens do “Firefly Funhouse”.
Precisei pesquisar bastante para entender tudo antes de explorar, já que a ambientação se dá em um museu onde as “estátuas” dos lutadores não são apenas estáticas: parecem vivas — e até amaldiçoadas.
O labirinto de cortinas surpreende a cada passo. O gritômetro explodiu, não só da minha parte, mas de todo o grupo. Uncle Howdy e The Fiend apareceram com uma presença física intimidadora.
Saí da casa sem fôlego, perdendo a voz, chorando de rir e tremendo, tudo ao mesmo tempo. É assustadoramente divertido — e eu amei cada segundo. Vale muito a pena, e não à toa a fila tinha mais de 100 minutos de espera.
El Artista: A Spanish Haunting
Um dos cenários mais bonitos do Halloween Horror Nights 2025. A casa assombrada El Artista: A Spanish Haunting está ambientada na Espanha do século XIX, oferecendo pinturas que te observam e ganham vida, esculturas distorcidas e gárgulas que sobrevoam nossas cabeças em uma mansão que dá vontade de morar — se não fosse pelo seu caráter assombrado.
Lembra um pouco um dos episódios de Scooby-Doo, e digo isso porque o sentimento em mim era de ansiedade para descobrir como terminaria a história. Esta está entre as casas que mais me marcaram artisticamente, embora não esteja entre as que mais me assustaram.
Jason Universe
O motivo número um para eu querer conhecer o Halloween Horror Nights 2025 tem nome: a casa assombrada baseada no Jason Universe. Mas nada que eu tivesse imaginado me preparou para a realidade dessa proposta. Esse é um personagem que assombrou minha infância, porque, embora eu tivesse medo, sempre amei filmes de terror.
Aqui preciso dizer, na minha visão de fã, que a Universal foi impecável: os jump scares não só são bem cronometrados, como acontecem em locais que você não conseguiria antecipar; corredores estreitos e pouco iluminados criam a atmosfera do desconhecido, onde o medo domina, e há uma infinidade de versões do Jason aparecendo “atrás de você” várias vezes seguidas.
É incrível como os atores respeitam o limite do espaço pessoal, sem tocar no visitante, ao mesmo tempo em que passam a impressão de que você será a “próxima vítima”.
Nessa casa somos transportados para cenários importantes da saga, incluindo a cabana Crystal Lake, e vemos, além de Jason Voorhees, sua mãe, totalmente fora de si, buscando vingança pela morte do filho.
Ver a história “por dentro” e fazer parte dela fisicamente foi assustador de um jeito divertido, em escala geracional. Próximo à reta final, um “corredor de Jansons” surpreende em todas as direções.
Retiro todos os meus julgamentos às vítimas “bobas” que paralisavam nos filmes antes da morte: eu certamente seria uma delas. A criancinha em mim, que adorava assistir à franquia, ficou arrepiada, gritou muito, riu de nervosa e se divertiu a cada segundo.
Hatchet and Chains: Demon Bounty Hunters
Ambientada em um Velho Oeste infernal, com saloons em chamas e caçadores amaldiçoados, Hatchet and Chains: Demon Bounty Hunters entrega uma experiência imersiva de tirar o fôlego, com tiroteios e fumaça saindo dos buracos de bala, além de um trem em movimento. Cada cenário mistura animatrônicos e atores de forma tão realista que você se confunde e se assusta de verdade.
Na trama, uma mulher invoca demônios de lava do “Hell’s Well” para impedir a construção de uma estação ferroviária. Esses demônios violentos possuem os moradores, assumindo três formas: demoníaca, humana e uma mistura grotesca das duas.
Como visitantes, somos convidados a caçá-los por toda a cidade, mas, uma vez lá dentro, só queremos correr para escapar do mal que nos persegue a cada passo. O resultado é uma experiência divertidíssima, que explica por que a fila de fãs é tão longa.
A casa teve origem após o sucesso no Halloween Horror Nights 2024, quando apareceu como uma sala dentro da atração Slaughter Sinema 2, uma coletânea de curtas inspirados em filmes B de terror. Devida a aderência do público, a Universal expandiu a história neste ano criando uma casa completa.
Dolls: Let’s Play Dead
Uma das surpresas mais perturbadoras do Halloween Horror Nights 2025. Toda criança, em algum momento da vida, descuidou ou não tratou bem seus brinquedos como deveria. Nessa casa assombrada, embora a história seja de como esses itens pessoais foram destruídos por uma menina “perturbada”, a sensação é de que os objetos estão se vingando de você.
Para começar, “viramos brinquedos”, e com isso quero dizer que encolhemos ao seu tamanho assim que entramos na casa de bonecas. É grotesco ver bonecas espetadas com alfinetes nas cabeças, queimadas, sujas de maquiagem, além de ursos de pelúcia em frangalhos e até uma aranha de lã com olhos de botões e alfinetes, e pernas feitas a partir de braços e pernas de boneca.
Não se deixe enganar pela estética colorida: a dosagem entre a inocência infantil e o macabro é perfeita e rende sustos e gritos muito sinceros. Para a dona da casa de bonecas, recomendo terapia; para quem visita, talvez também seja ideal.
Essa casa assombrada definitivamente está no meu TOP 3 e é uma das que mais me assustou. E não é para menos, o nome Dolls: Let’s Play Dead (Bonecas: vamos brincar de morto, em tradução literal), não traz simpatia à atmosfera. Sinto que meus brinquedos quebrados se vingaram.
Gálkn: Monsters of the North
A casa de terror Gálkn: Monsters of the North é uma história original da Universal, que oferece uma imersão completa no folclore nórdico. Na trama, somos transportados para uma aldeia atormentada por uma xamã que, ao ressuscitar, começa a reunir uma legião de criaturas mitológicas. O horror é psicológico e físico ao mesmo tempo: você teme tanto pelo que vê quanto pelo que imagina que possa surgir a seguir.
Um dos pontos altos, para mim, é a tecnologia empregada para tornar o cenário mais realista, como a grande fogueira flamejante e a criação de uma criatura monstruosa, capaz de “nos engolir” — e, dentro de seu estômago, podemos circular. Há também estímulos para o olfato e tato, que completam a imersão.
Gostei muito da casa pela originalidade e produção, embora tenha sido uma das que menos me assustou — um ou dois sustos, no máximo. Mas quando aconteceram, foram intensos e sinceros. Valeu muito a experiência.
Fallout
A décima e última casa de susto que visitei, Fallout, é derivada de um jogo e série (disponível no Prime Video) que eu acompanho e, claro, por esse motivo, estava bem ansiosa. Fidelidade e realismo são as minhas definições para ela. Assim como na casa de Five Nights at Freddy’s, aqui fiquei embasbacada com a minuciosidade dos detalhes — tanto que perdi a oportunidade de me assustar.
Acho que, para viver o susto que ela pode entregar, eu precisaria ter feito o tour Behind the Screams: Unmasking the Horror Tour durante o dia, para apreciar os detalhes, e, à noite, aproveitar mais seu potencial “assombroso”.
A história se passa pós-guerra atômica, em que parte da população está vivendo em bunkers e parte está na superfície, a “Wasteland”. A questão é que as pessoas e animais foram quimicamente afetados de formas diferentes, e alguns se tornaram “monstros”, além disso, há saqueadores que invadem os bunkers e colocam todos em perigo.
O cheiro metálico e a luz amarelada do “Wasteland” impressionam. Passamos por abrigos nucleares, bares improvisados e áreas tomadas por saqueadores. O encontro com The Ghoul é bem feito, mais imersivo que assustador — quase um set de cinema, assim como o Vault 33, onde começamos.
Para os fãs da história, é um prato cheio e divertido de easter eggs. Vale muito a pena visitar e, não à toa, tem fila com mais de 120 minutos.
*O M&E viaja com proteção da GTA e apoio da Shift Mobilidade.
*A reportagem usa imagens em alta qualidade divulgadas pela Universal.
