O projeto NIOAC – Cultura e Turismo Indígena celebra um marco histórico: a conclusão da metade de seu cronograma de atividades, com resultados expressivos e um horizonte promissor. Mais do que um ponto de passagem, esta etapa simboliza a consolidação de um modelo de turismo construído com respeito, autenticidade e protagonismo indígena.
Conduzido com base na Instrução Normativa nº 03/2015 da Funai — que regulamenta o turismo em terras indígenas — o projeto tem garantido que cada etapa seja construída de forma participativa, assegurando a autonomia das comunidades e a valorização de suas culturas. Desde o início, o NIOAC vem fortalecendo as aldeias Cabeceira, Taboquinha, Brejão, Água Branca e a Vila Atikum, criando um ambiente favorável para o desenvolvimento sustentável do etnoturismo.
Ao longo dos primeiros meses de 2025, importantes avanços foram registrados: Planos de Ação personalizados por comunidade, definição de produtos e roteiros turísticos, oficinas de capacitação (como fotografia e marketing digital), elaboração do banco de imagens e desenvolvimento da marca turística do território. Além disso, o Plano de Visitação e o Plano de Negócios já estão em andamento, e os primeiros passos para a criação da agência comunitária de turismo NIOAC já foram alinhados entre os coordenadores das aldeias.
O engajamento das comunidades indígenas é o verdadeiro motor do projeto. Jovens, lideranças, artesãos e detentores de saberes tradicionais têm contribuído ativamente, criando um ambiente de fortalecimento cultural e união em torno do turismo como ferramenta de afirmação identitária e geração de renda.
E um novo fator estratégico reforça ainda mais o potencial do projeto: o Território Indígena de Nioaque está inserido na rota do Corredor Bioceânico, uma das mais promissoras conexões logísticas da América do Sul. Ligando o Brasil ao Paraguai, Argentina e Chile, o corredor viário cria uma nova rota continental para o comércio e o turismo, reduzindo distâncias, tempo e custos logísticos.
Estar nessa rota significa para Nioaque e para o NIOAC uma chance única de se posicionar como destino emergente de turismo cultural e ecológico, com visibilidade nacional e internacional. A inclusão das comunidades indígenas nesta estratégia fortalece a diversidade da oferta turística e abre portas para novas parcerias e investimentos.
Com apoio decisivo da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul e do Sebrae/MS, o projeto NIOAC avança com solidez. A segunda metade do projeto promete ainda mais: realização do inventário de aves na Aldeia Cabeceira, encontros de alinhamento cultural Terena, oficinas de cerâmica tradicional, formatação da agência NIOAC e a preparação para o pré-lançamento oficial do turismo no território indígena, previsto para o final de novembro ou início de dezembro.
O NIOAC se consolida como um modelo de turismo de base comunitária baseado em identidade, respeito e futuro. Um projeto onde as vozes dos povos originários guiam os caminhos, onde o turismo não apenas visita — mas aprende, escuta e transforma. E onde o coração do Mato Grosso do Sul bate forte, de mãos dadas com o mundo.









